É verdade!
Que sofrimento...até quando é que isto vai durar?
Estive 15 dias em casa tomando conta da minha mãe e nos últimos dias constatava que ela em vez de melhorar, estava cada vez mais apagada, triste, pouco falava, pouco colaboradora, recusando as caminhadas e sempre se queixando de dores nas costas.
Na Quinta-feira fui buscar as análises e reparei que a Velocidade de sedimentação estava alta e os glóbulos brancos também, o que indicava que tinha infecção. Fiz fotocópias e mandei para o Hospital e para o Cardiologista. RESPOSTA de ambos: normal para quem foi operada hà 1 mês. Nesse dia ela recusou o jantar e eu forçei (porque tinha que tomar os comprimidos) a que ela comesse o puré de cenoura e abóbora. Começou a vomitar e ficou durante toda a noite com uma respiração ofegante. Mal dormi ao lado dela. Levantou-se 3 vezes (sempre com os intestinos a funcionar).
Bem, lá fui trabalhar, mas com o coração nas mãos (o atestado acabava nesse dia). Emtreguei-a aos cuidados da minha empregada, que me telefonou a meio da manhã a dizer que ela não parava de ir à casa de banho.
Quando cheguei a casa fui encontrá-la na cama (pouco usual) e queixou-se de uma dorzinha no lado direito. Fui ver-lhe a barriga e fiquei arregalada: à volta do umbigo, tudo vermelho, duro, inchado, muito quente e saliente. Pensei logo: isto é mesmo uma infecção.
Chamei os meus irmãs e fomos para o Hospital. Fez Raio-X, fez análises ( a V. S. já estava a 180) e foi logo levada para fazer um TAC.
O médico chamou o meu irmão mais velho e disse: "vai ser mesmo aqui nas urgências...mas temos que lhe abrir a barriga já. emos um pequeno bloco aqui. Quer assistir?"
Bem..segundo ela (que só levou anestesias locais) e o meu irmão, o que se passou a seguir foi indescritivel: saía porcaria (pus) por todo o lado, o médico a chamar enfermeiros para ajudarem a limpar e um cheiro nauseabundo.
Está internada, com a barriga aberta, onde colocam todos os dias uma borracha, para a carne não unir, levando doses cavalares de antibióticos. Duas vezes por dia mudam o penso e tentam tirar a porcaria, mas ainda está longe de estar controlada.
Está tão triste, mas as dores nas costas desapareceram e já tem uma corzinha nas bochechas. Já tem vontade de ler e falar e anda muito nos corredores do hospital (o que até ajuda a porcaria a sair).
Os médicos dizem que podia ter sido muito grave se aquela infecção entrasse na corrente sanguínia. Julgamos que foi restos da perfuração que ficaram no organismo e que criaram aquela situação.
Uma coisa eu sei: quando ela teve alta, já se queixava das tais dores nas costas e disse isso ao médico. E não foi por falta de cuidados da família que isto aconteceu.
Começo a ficar cansada de tanta passividade por parte do corpo clínico (que durante o fim de semana não passou nenhum médico no andar - deviam estar a festejar o Carnaval). Falei ontem com um médico e disse-lhe que agora só trago a mãe para casa quando ela estiver a 100%, embora me custe tê-la lá.
Que sofrimento, meu Deus!